quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Transgenia ≠ Melhoramento Genético Clássico



Convivendo com pessoas que não são do meio agropecuário ou da biologia, percebi que há uma dúvida ainda a respeito do assunto.

Na agropecuária existe uma busca constante para maior produtividade, maior qualidade e maior resistência a clima, pragas e doenças. Tanto na produção animal como vegetal a genética é utilizada para essas finalidades.

Desde que os transgênicos começaram a ser debatidos, há uma polêmica envolvendo meio-ambiente, produção e saúde. O objetivo desse post não é debater esse aspecto, mas sim esclarecer alguns pontos que ficaram um pouco confusos na cabeça da sociedade.

A confusão das pessoas em relação a híbridos e transgênicos é muito grande, então vamos lá, de uma maneira mais simplificada diferenciar os dois.

Os transgênicos são Organismos Geneticamente Modificados por meio de biotecnologia, ou seja, em laboratório é feita a modificação no código genético.

Usando o exemplo da soja, o DNA dessa cultura foi modificado para que ela se tornasse resistente o herbicida glifosato. Podendo assim, aumentar a produtividade e um melhor controle de plantas daninhas.

No Melhoramento Genético Clássico, não há manipulação de DNA em laboratório, esse é feito por meio de cruzamentos. Para um exemplo mais prático, pode-se analisar os cruzamentos entre raças bovinas.

Quando pegamos um animal da raça angus (taurino) e um animal da raça nelore (zebuíno) e cruzamos estes teremos um animal que tem características tanto do angus como do nelore. O resultado desse cruzamento normalmente é chamado de F1 e é considerado um híbrido. A diferença das raças podemos ver no post Do pasto para a mesa.

Vamos usar o milho num cruzamento hipotético. Uma variedade “A” tem maior tolerância à falta de água e baixa produtividade. Aí temos a variedade “B” que não tolera falta de água, mas tem uma produtividade grande.

Nesse cruzamento, o F1 será mais produtivo que “B” e mais tolerante à falta de água que “A”. Usamos essa tecnologia há muito tempo e os números de produtividade têm aumentado ao longo dos anos muito em razão disso.

A genética há muito vem sendo utilizado na agropecuária, mas somente agora, depois da introdução dos Organismos Geneticamente Modificados, que o tema tornou difundido em toda a sociedade.