O brasileiro em geral, a não ser que seja vegetariano, é apaixonado por churrasco. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o Brasil possui o maior rebanho comercial bovino do mundo. Isso é ótimo, mas muitos têm a dúvida “O que é rebanho comercial?”.
O nosso país tem aproximadamente 209 milhões de bovinos. Todos esses animais são criados para fins comerciais, seja para produzir carne e leite ou para a venda de sêmen e embriões para melhoramento genético.
Com isso esclarecido é comum daí ouvir “Então não é todo “Boi” que produz leite?” ou a outra pergunta “Não podemos comer vaquinhas de leite?”.
A resposta e sim para as duas perguntas. Todo bovino, que tem o nome científico Bos taurus, produz leite. Mas nos referimos à bovinos de leite aqueles animais de raça que produzem mais leite. Podemos citar algumas raças como a holandesa (aquela malhada de preto e branco que identificamos como a famosa vaca “mimosa”), jersey, gir leiteiro, entre outras. No caso desses animais, o alimento é transformado mais em leite do que em músculo.
Os bovinos de corte também produzem leite, mas apenas o suficiente para amamentação da sua cria. Esses animais transformam seu alimento em músculo e gordura, ou seja, em carne. As raças mais famosas são nelore, angus, hereford, brahman, limousin e outros.
Claro que podemos usar bovinos leiteiros para carne, mas aí comeremos aquele churrasco borrachudo, que você mastiga, mastiga e mastiga e nada de conseguir comer e saborear a carne de tão “dura” que é.
Quando falamos na espécie bovina podemos dividi-la em dois. Temos o Bos taurus taurus que é o taurino, que têm origem europeia e temos o Bos taurus indicus, o famoso zebu de origem asiática e que se caracteriza por ter um cupim bem grande.
Para comermos um churrasco de qualidade, alguns fatores como a raça do animal e a idade influem diretamente na carne. Temos raças que a carne é conhecidamente macia como é o caso do angus e do hereford. Esses são animais mais precoces então conseguimos abatê-los mais novos.
Já os zebuínos como nelore e o brahman, são conhecidos por sua rusticidade, ou seja, sua fácil adaptação às condições de campo. Normalmente têm uma carne um pouco mais dura, por ser menos precoce, que acarreta em um abate mais tardio.
Quando compramos uma carne embalada a vácuo, isso não só nos dá uma garantia de maior segurança alimentar, mas normalmente esses frigoríficos que vendem a carne já embalada têm a descrição do animal, como sexo do animal e muitas vezes a raça. Assim, podemos ter uma ideia se nosso churrasco será bem apreciado ou não. Quando compramos em açougues uma carne que não esteja embalada e com a identificação do animal, não sabemos se é um boi precoce com a carne macia ou se é uma “vaca velha” leiteira que não produz leite suficiente mais e foi vendida para um matadouro.
Quanto mais exigentes forem os consumidores, maior a qualidade de carne nós teremos à nossa mesa. A pecuária brasileira hoje trabalha, por meio de melhoramento genético, para aumentar a rusticidade do rebanho e produzir uma carne mais macia. Se começarmos a exigir na hora da compra da carne que esteja identificado o sexo, a raça e a idade do animal abatido, nós vamos ter a certeza de um churrasco de qualidade e não aquele churrasco borrachudo.