sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O futuro da feijoada, do bacon e do presunto

Quando falamos em culinária brasileira lembramos logo de cara o churrasco e a tradicional feijoada. No post passado falei um pouco de bovinos e do churrasco. Hoje vou dar ênfase a um dos principais ingredientes da feijoada, a carne de porco.

O setor de suínos anda em crise ultimamente. O valor recebido pelo kg de carne produzida é menor que o custo de produção.

Qualquer administrador lendo essa afirmação já pensaria que é um absurdo um produtor vender o seu produto por um preço menos que o custo de sua produção. Realmente, é um absurdo. Mas, esse absurdo não tem acontecido por má gestão dos granjeiros, pelo menos em muitos casos.

No post “A variação dos preços agrícolas” expliquei que os preços variam de acordo com o mercado. Isso não vale apenas para produtos de origem vegetal, mas vale para os produtos de origem animal também.
O produtor recebe pelo kg de carne do animal aquilo que está sendo praticado no mercado. O site Suino.com mostra que os preços pelo kg vivo do porco têm variado entre R$ 2,40 até R$3,70 de acordo com cada estado.

Para a alimentação dos suínos utiliza-se principalmente milho e soja. Essas commodities estão com uma demanda mundial cada vez maior. Assim, os valores da saca de milho e de soja no mercado estão bem altos.

Além do custo de alimentação dos animais, também há custo com energia elétrica, funcionários e especialmente impostos em cima de toda a cadeia produtiva suína.

Fazendo as contas de todos os custos de produção e o que se recebe pelo suíno, a conta não fecha. O produtor está tirando do bolso dele para colocar carne suína nas nossas mesas. Isso é um fator preocupante, já que se o setor suíno quebrar nós corremos o risco de ficar sem aquela feijoada de sábado, o torresminho que tanto apreciamos, o x-bacon na lanchonete do bairro e até o sanduíche de presunto do “Chaves” (aquele mesmo da série de sucesso da TV).

A produção agropecuária afeta muito mais as nossas vidas urbanas do que podemos imaginar. É hora de os governos municipais, estaduais e federal olharem para esse setor econômico com carinho para que as crises do setor não afetem drasticamente a nossa vida cotidiana.

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